Concluímos a etapa de reflexão consequente à primeira análise da proposta atribuída a Debret para a bandeira Imperial do Brasil. Pudemos solucionar o que era ainda duvidoso e acrescentar novos elementos, permitindo encarar com bastante optimismo as soluções encontradas. Antes da publicação propriamente dita, por decidir na forma, lugar e extensão, será necessário garantir o adequado apoio ao que nos resta entretanto por fazer neste empreendimento; nem sempre é fácil encontrar o patrocínio mais conveniente. Não obstante é possível avançar algumas informações de carácter genérico que poderão servir aos interessados.
Ressalvamos que, apesar desta não ser a nossa primeira incursão vexilológica, o pavilhão brasileiro merece aqui um destaque especial: trata-se da manifestação mais recente do fenómeno parofónico, datando de inícios do século XIX. Note-se que a versão primitiva em estudo nunca foi usada na íntegra e a maior parte das características originais perderam-se, mantendo-se na versão republicana apenas aquelas outrora referentes aos soberanos brasileiros, o que não deixa de ser curioso.
Mais significativo é saber que, a partir dos elementos analisados, vislumbra-se no projecto desta bandeira a independência do Brasil. É óbvio, contudo, que alguns destes elementos já tinham sido usados anteriormente como a serpe, a esfera armilar e a Cruz de Cristo, agora transmitidos à nova representação, integrando ademais algumas parofonias.
“De verde, um losango de ouro firmado, carregado de um arco de dezanove estrelas de cinco pontas de azul, a mais alta maior, envolvendo um ramo de cana-de-açúcar e outro de tabaco, ambos de sua cor, sustidos por uma serpe de costas de verde com as asas abertas e a cauda a passar pela abertura do arco de estrelas, o conjunto abraçando uma esfera armilar do segundo, brocante sobre as hastes de uma Cruz de Cristo, tudo sotoposto a uma coroa real que cobre parcialmente a ponta superior da estrela maior”.
Níveis semânticos - dezasseis:
1º A cor verde: soberano [75].
2º O losango: consorte [208].
3º O losango firmado: território [1].
4º A cor amarela do losango: consorte [7].
5º O arco de estrelas: capital [232].
5º A cor das estrelas: capital (complementar).
6º A abertura inferior do arco: residência [207].
7º A posição das estrelas: regiões [0].
7º O número de estrelas: regiões (complementar).
8º Os ramos de cana-de-açúcar e tabaco: capital [437].
9º A serpe: condição [37].
10º A coroa real: herdeiro [0].
11º A estrela maior: herdeiro [0].
12º A posição da estrela maior: tratamento [0].
13º A esfera armilar: hidrónimo [0].
14º A Cruz de Cristo: território (por transmissão).
15º A cor vermelha da Cruz: etnónimo [31].
16º Todo o conjunto: tratamento [161].
Índices de discrição - na maioria diminutos e nulos.
Verbalização - predominantemente híbrida.
Enredo vexilológico - agrícola.
Origem geográfica das parofonias - autóctone.
Apreciação geral da credibilidade - excelente.
Cifras: acima entre colchetes [].